Covid-19: Seis casos da variante da Índia identificados na região de Lisboa

A prevalência da variante do Reino Unido em Portugal é de 89%, com “tendência crescente”, e a de Manaus também deverá aumentar em Abril.

 

Foram identificados seis casos da variante inicialmente identificada na Índia em Portugal, todos em Lisboa e Vale do Tejo, revelou João Paulo Gomes, investigador do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), esta terça-feira, na reunião no Infarmed, em Lisboa.

Na intervenção, o especialista falou da situação de outras variantes em circulação no país e sublinhou que se nos primeiros meses da pandemia “qualquer mutação poderia dar vantagem ao vírus, neste momento, está a lidar com uma população cada vez mais imune.” Por isso, apenas os vírus que surjam com mutações capazes de alguma fugir ao nosso sistema imunitário serão consideradas chamadas “variantes de preocupação”. Para já, as vacinas têm demonstrado ser eficazes nas variantes estudadas.

Variante da Índia

O investigador do Insa adiantou que, de acordo com o perfil genético observado, os casos agora detectados da variante da Índia se referem a três introduções distintas desta variante (a B.1.617)em Portugal.

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“Não sei dizer [agora] qual o nível de disseminação da mesma na comunidade”, notou. “
Mas vamos estar atentos e [esperemos] que o processo de vacinação se sobreponha a tudo isto.” 

À saída da reunião no Infarmed, Marta Temido ainda adiantou que, entre os infectados com esta variante, “uns são portugueses sem histórico recente de viagem conhecido até agora, o que pode indiciar transmissão comunitária”, afirmou a ministra da Saúde.

Inicialmente detectada na Índia, a B.1.617 tem vindo a ser encontrada em vários países, incluindo o Reino Unido (com mais de 70 casos), Alemanha, Bélgica, Suíça, Estados Unidos ou Singapura. Esta variante apresenta 13 mutações que resultam em alterações nos aminoácidos que compõem a proteína da espícula, que é responsável pela entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas. Mas as preocupações têm estado mais viradas para duas delas, a E484Q e a L425R.

A E484Q é semelhante à E484K, encontrada na variante do Reino Unido e na da África do Sul. Já a L425R foi detectada em duas variantes que parecem espalhar-se de forma mais eficaz na Califórnia, nos Estados Unidos.

Ainda não se sabe bem se esta variante é mais contagiosa, se escapa melhor às defesas do nosso sistema imunitário ou se causa doença mais grave. Por isso, a comunidade científica refere que deve ser motivo de atenção e estudo, mas sem alarmismos.

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