A taxa de inflação tem registado um ligeiro abrandamento da sua subida nos últimos meses, mas tal não se tem verificado no preço dos alimentos, que continua a aumentar.
Os preços dos bens alimentares essenciais em Portugal já são mais altos do que em Espanha e já estão perto dos praticados em França. Segundo uma análise do Jornal de Notícias a 13 produtos alimentares essenciais, o esforço feito pelos consumidores portugueses para os conseguirem adquirir já é quase o dobro do que é feito pelos consumidores franceses, já que os salários são menores.
Questionados, os supermercados negam grandes margens de lucro, mas certo é que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem feito diversas operações e instaurado processos de contraordenação por preços mal marcados, produtos com valores diferentes na prateleira e na caixa de pagamento ou com aumentos de preço muito acima da taxa de inflação.
A presidente da Cáritas Portuguesa alerta para o risco de agravamento da situação das famílias se o preço dos bens alimentares não descer e mostra-se preocupada com a possível falta de recursos para impedir novos casos de pobreza.
Portugal, sem contar com os países de Leste, é o país da zona Euro com maior aumento dos preços dos bens alimentares. Desde o início do ano, os produtos alimentares já subiram cerca de 20%.